quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Cantigas de amor.

O lirismo provençal foi certamente conhecido na Península Ibérica bastante cedo. A poesia autóctone e a poesia de imitação provençal são, pois, simultaneamente cultivadas nas cortes da península e mutuamente se influenciam. No entanto, algo as distingue e as torna inconfundíveis: nas cantigas de amor é o homem que se dirige à amada ("senhor") a confessar os seus sentimentos, pelo contrario, nas cantigas de amigo, é uma rapariga que recorda o amigo ausente, tornando como confidente a mãe, as amigas e a Natureza.
A cantiga de amor exprime a "coita de amor" (paixão infeliz, amor não correspondido que se torna obsessão), repete-se em tom de queixa ou de suplica.

O código de amor cortes.

O trovador serve a sua "senhor" com diligência e fidelidade. O amor português ganha em emoção e sinceridade. O amor não podia falar uma linguagem desordenada, impetuosa, tinha de se conter em certos limites de razoável moderação(mesura). A mesura é a virtude suprema do amador. A outra obrigação que o perfeito amador tinha era: a mais absoluta discrição que lhe vedava, sobretudo, divulgar o nome da amada. O rasgo mais característico do amor português é a coita de amor, que faz enlouquecer e morrer o pobre namorado. A norma era, ao fim de uma vida voltada a um amor infeliz, não compartilhado, morrer nas cantigas.


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