
Inicialmente apenas uma atitude, um estado de espírito, o romantismo toma mais tarde a forma de um movimento, e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu.
As origens do movimento são de diversa natureza, podendo falar-se de origens sociais, politicas, filosóficas e literárias.
- Origens Sociais: o desenvolvimento de um novo gosto, diferente do gosto clássico, prende-se ao desenvolvimento da burguesia e ao aumento do número de leitores de origem burguesa.
- Origens Politicas: paralelamente às transformações sociais, ocorreram transformações politicas no sentido da construção de regimes mais democráticos, em Inglaterra( Revolução Inglesa de 1688) e na França- Revolução Francesa, surgida no final do século XVIII- uma revolução em que se deu grande importância ao Homem, ao individuo à liberdade, à igualdade e fraternidade entre os cidadãos. Ao entusiasmo revolucionário de cariz liberal suceder-se-ia, no entanto, o desencanto perante as promessas não cumpridas, como foi o caso de muitos românticos europeus, como Almeida Garrett.
- Origens Filosóficas: prendem-se com o desenvolvimento das filosofias idealistas na Alemanha, com Fichte e Kant.
- Origens Literárias: os romantismos europeus vão entroncar nos pré-românticos e, em especial, no movimento alemão do "Sturm und Drang'' (Tempestade e Ímpeto).
- no domínio narrativo: o romance histórico(misto de História e de ficção; o romance psicológico(misto de psicologia e de ficção); o romance contemporâneo, de costumes( misto de sociologia e de ficção.)
- no domínio da poesia, do lirismo: a poesia intimista, a poesia filosófica e a metafisica e, sobretudo, o poema em prosa.
- no domínio dramático: a tragédia e a comédia clássicas foram substituídas pelo drama, misto de sublime e de grotesco.
Inovou a linguagem e o estilo. Apostou numa linguagem coloquial, simples, um estilo digressivo e solto, com mistura de níveis de língua, com enriquecimento lexical nos domínios da introdução de neologismos e estrangeirismos, e um notório enriquecimento nos domínios da adjectivação e da metáfora.
O Romantismo em Portugal.
Iniciou-se com Almeida Garrett, em 1825. Durou cerca de 40 anos terminando por volta de 1865. A primeira geração do romantismo em Portugal vai de 1825 a 1840. Os principais autores são Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Antônio Feliciano de Castilho. A segunda geração, de 1840 a 1860, tem como principais autores, Camilo Castelo Branco e Soares de Passos. A terceira geração, pré-realista, de 1860 a 1870, aproximadamente, teve como principais autores Júlio Dinis e João de Deus.
Na temática da poesia e da ficção, a par do amor platónico, aspiração à mulher-anjo abundam os sentimentos fortes, carregados- ciúme, vingança, desespero- a exigirem o estilo exclamativo. O Romantismo constitui uma tomada de consciência, a conquista dum senso crítico novo aplicado aos fenómenos da cultura. Começa-se a relacionar o Homem com o meio a que pertence, a época de que é produto.
Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo#Romantismo_em_Portugal
CARDOSO, Elsa e SILVA, Pedro, 2016, Viagens Literatura Portuguesa 11º ano, Porto: Porto Editora.
Fontes: https://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo#Romantismo_em_Portugal
CARDOSO, Elsa e SILVA, Pedro, 2016, Viagens Literatura Portuguesa 11º ano, Porto: Porto Editora.
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