Magro, de olhos azuis, carão moreno.
- Magro, de olhos azuis, carão moreno,
- Bem servido de pés, meão na altura,
- Triste de facha, o mesmo de figura,
- Nariz alto no meio e não pequeno;
- Incapaz de assistir num só terreno,
- Mais propenso ao furor do que à ternura;
- Bebendo em níveas mãos, por taça escura,
- De zelos infernais letal veneno;
- Devoto incensador de mil deidades
- (Digo, de moças mil) num só momento,
- E somente no altar amando os frades,
- Eis Bocage, em quem luz algum talento;
- Saíram dele mesmo estas verdades,
- Num dia em que se achou mais pachorrento.
Análise:
Esta composição poética é um soneto pois apresenta duas quadras e dois tercetos. O esquema rimático é: abba/ abba/ cdc/ dcd. A rima é emparelhada, interpolada e cruzada.
Estrutura interna: Na primeira quadra o sujeito poético faz a sua descrição fisica e na segunda quadra e no primeiro terceto faz o seu retrato psicológico. No segundo terceto o sujeito poético revela a sua identidade ( ''Eis Bocage'') e a razão de estar a escrever este poema.
Sem comentários:
Enviar um comentário