Lírica Camoniana
- Canção: é constituída por uma série de estrofes, de um número irregular de versos, culminado numa estrofe menor, em que a própria canção é apostrofada. Exemplo: Junto de um seco, fero e estéril monte.
- Cantiga: Designa qualquer peça lírica em versos curtos( normalmente em redondilha menor e maior); mais especificamente, designa uma composição sujeita a mote, de quatro ou cinco versos, seguido de uma glosa de oito ou dez versos em que se desenvolve o tema enunciado no mote. Exemplo: Na fonte está Leanor.
- Endechas ou Trovas: composições na medida velha com um número variável de estrofes, frequentemente quadras ou oitavas.
- Esparsa: composição originária da Provença. Tem só uma estrofe que pode oscilar entre os oito e os dezasseis versos. Exemplo: Os bons vi sempre passar.
- Glosa: estrofe em que o poeta desenvolve um mote, próprio ou alheio, recuperando, textualmente ou com variações, um ou mais versos do mote.
- Mote: lança de modo resumido ou sintético o assunto que um ou vários poetas irão desenvolver.
- Soneto: composição poética formada por catorze versos, distribuídos por duas quadras e dois tercetos de versos decassilábicos. Apresenta uma estrutura rimática que pode ser variável, mas geralmente segue o esquema abba nas quadras e cdc/dcd nos tercetos. O soneto deve terminar com a "chave de ouro", encerrando o seu final um pensamento elevado e/ou surpreendente de cariz habitualmente emotivo. Exemplo: Amor é fogo que arde sem se ver.
- Vilancete: poema formado por um mote de dois ou três versos, seguindo um número variavel de estrofes ou voltas, em que se desenvolve o tema apresentado no mote, repetindo cada uma delas, a terminar, textualmente ou com variações, o último ou os dois últimos versos do mote. Todas as voltas são obrigadas ao mesmo esquema estrófico. Exemplo: Vi chorar uns olhos claros; Descalça vai para a fonte.
- Volta: designação atribuída a cada uma das estrofes das composições tradicionais da medida velha.
- Medida velha e medida nova: Duas técnicas versificatórias, no século XVI: a primeira designa a tradicional ( estruturas e metros utilizados pelos poetas do Cancioneiro Geral, como o vilancete, a cantiga, a esparsa, em redondilha maior ou menor); a segunda, a importada de Itália por Sá de Miranda e António Ferreira( com um novo verso, o decassílabo, e novas formas e subgéneros, como o soneto,a canção, a sextina, a elegia, a écloga, a ode, a terza rima).
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